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sábado, 29 de maio de 2010

Johnny Depp e Vanessa Paradis vão a jantar em Cannes

Johnny Depp e Vanessa Paradis no evento

Nada de tapete vermelho ou coletivas de imprensa (por enquanto). Bem mais discretos, o ator Johnny Depp e sua mulher, a atriz francesa Vanessa Paradis, apareceram em Cannes para prestigiar o jantar promovido pela Figaro Madame/Chanel, na noite dessa terça-feira (18).
Depp estava há pouco gravando cenas de seu novo filme, The Tourist, com Angelina Jolie. Durante essas filmagens, houve rumores de que Vanessa Paradis teria tido crise de ciúmes em função da proximidade entre Depp e Jolie.

Johnny Depp em sessão dupla do AXN


Neste sábado, 29 de maio, o AXN exibirá em seu bloco Double Pack, a dobradinha de filmes com um dos atores mais versáteis e respeitados do cinema mundial: Johnny Depp (Alice no País das Maravilhas).
Sinopses:
"Era uma vez no México": Assombrado e marcado pela perda, El Mariachi decide viver isolado.
Ele é forçado a sair de seu refúgio por Sands, um corrupto agente da CIA, que o recruta para sabotar um plano do chefe de cartel Barillo, que pretende assassinar o presidente do México.
No Elenco, Antonio Banderas (Shrek para Sempre), Salma Hayek, Willem Dafoe (Anticristo).
"Platoon": Em 1967, o jovem americano Chris Taylor decide deixar de lado sua confortável vida para se alistar voluntariamente como combatente na guerra do Vietnã.
Assim que chega à guerra, Chris perde sua visão inocente em meio às atrocidades que a guerra provoca.
No Elenco, Tom Berenger (A Origem), Charlie Sheen, Forest Whitaker (Ponto de Partida).
Serviço:
Era uma vez no México
29 de maio às 19h
Platoon
29 de maio às 21h
No Canal AXN (34 - NET)

Johnny Depp atinge pela segunda vez a marca de 1 bilhão de dólares

Nesta semana, Alice no País das Maravilhas se tornou o sexto filme a atingir a marca de 1 bilhão de dólares. O êxito acompanha outro: Johnny Depp, que também atuou em Piratas do Caribe: o Baú da Morte, o quarto filme mais lucrativo da história. 
De acordo com o Deadline New York, a consagração do filme de Tim Burton no topo dos sucessos de bilheteria torna Depp a única estrela que atuou em dois filmes que atingiram grandes arrecadações. 
Titanic, com Leonardo DiCaprio, também atingiu tal marca. Orlando Bloom atuou em Piratas do Caribe e o O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. No entanto, de acordo com a fonte, no primeiro caso, a estrela foi o barco; no segundo, fica difícil definir se Bloom foi o responsável pelas grandes arrecadações.
Ainda de acordo com a fonte, a maioria dos filmes que atingiram a casa do bilhão não foram, necessariamente, movidos por estrelas. No caso, a participação de Depp nos dois sucessos foi um tanto influente.
Diga-se de passagem, James Cameron atingiu a casa do bilhão duas vezes, com Avatar e Titanic.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Entrevistado pela revista Rolling Stone (2008)

Johnny solta a voz
Por Gavin Edwards

Keith e Johnny interpretam pai e filho em Piratas do Caribe: No Fim do Mundo. Em um intervalo das filmagens na Califórnia, a dupla falou sobre a estranha relação que une os rock stars e os piratas na vida real e na ficção

Preste atenção à trajetória de Johnny Depp: após a bem-sucedida trilogia familiar Piratas do Caribe, a estrela mais controversa de Hollywood retorna às telas com Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, uma sangrenta saga canibalesca que também é... um musical.

É isso mesmo: Depp canta na tela pela primeira vez e os críticos o elogiam por enfrentar (com sucesso) a difícil trilha sonora criada pelo compositor Stephen Sondheim. A adaptação desse sucesso da Broadway (de 1979) é o sexto filme que ele faz ao lado do diretor Tim Burton, para quem interpretou somente personagens desajustados, de Edward Mãos de Tesoura a Willie Wonka, passando por Ichabod Crane e Ed Wood. Mas, em um musical completo, esta é a primeira vez de ambos. E a intensidade da interpretação de Depp na pele do barbeiro londrino obcecado por vingança rendeu ao ator o Globo de Ouro de Melhor Ator de Comédia ou Musical, o que aumentou especulações quanto a um possível Oscar (Sweeney Todd lhe rendeu a terceira indicação em quatro anos). Hoje, Depp me recebe em uma suíte do histórico Chateau Marmont, em Hollywood. Seu jeans está rasgado e sua camisa preta aberta no pescoço revela um colar com o símbolo “Gonzo”, uma homenagem ao finado amigo Hunter S. Thompson. Depp observa o bom gosto do quarto reservado especialmente para a entrevista. “Eles realmente arrumaram este lugar”, diz. “Morei um tempo no Chateau, anos atrás, e era meio sujo e escuro, e mesmo assim ótimo.” O ator passou por muita coisa desde sua infância em Kentucky, o mais novo de quatro filhos. Seus pais – uma garçonete e um engenheiro da prefeitura – mudaram-se mais de 20 vezes durante sua infância, estabelecendo-se em Miramar (Flórida) quando tinha 7 anos e divorciando-se quando Johnny completou 15. Hoje em dia, Depp, 44, e sua família (a cantora-atriz francesa Vanessa Paradis e dois filhos, Lily-Rose, 8, e Jack, de 5 anos) dividem seu tempo entre Los Angeles e o sul da França. Foram-se 17 anos desde que Depp estreou em Cry-Baby, pastiche musical dirigido por John Waters e ambientado nos anos 50, no qual a voz do ator foi dublada em todas as canções. Já que Depp interpreta todas as suas músicas em Sweeney Todd, pareceu o momento ideal para rever sua carreira musical e como ela, de um jeito improvável, o levou a se tornar um dos mais convincentes e bem-sucedidos atores de sua geração.

A sua família era musical?
Minha mãe e meu pai não eram pessoas particularmente musicais. Mas eu tinha um tio que era pastor e tocava bluegrass no violão. Então, a cerimônia de domingo era algo assim: “Aleluia, irmãos e irmãs”, para logo em seguida ele começar a dedilhar [a canção religiosa] “Stepping on the Clouds”. Foi aí que eu peguei o vírus: vendo meu tio tocar com seu grupinho de gospel, bem na minha frente.

Qual foi o primeiro disco que você comprou?
Eu não sei se comprei, mas o primeiro disco que me lembro de escutar sem parar, estranhamente, foi Everybody Loves Somebody [1964], do Dean Martin. Daí, veio a trilha sonora de O Fantasma do Barba Negra [Blackbeard’s Ghost, 1968], com o [ator] Peter Ustinov. Eu nunca tinha visto o filme – aliás, não o vi até chegar aos meus 40 anos. Mas eu sabia o disco de cor. Levemente irônico. E então virei a esquina da pré-adolescência e lembro de ter escutado o Frampton Comes Alive! [1976] pra caramba. Meu irmão é dez anos mais velho do que eu. Ele tirou a agulha do disco e fez aquele barulho horrível – wrrrraarrrar. E disse: “Escuta, cara, você tá me matando. Ouça isso aqui”. E colocou Astral Weeks [1968], do Van Morrison. Aquilo mexeu comigo. Nunca havia escutado nada parecido. E eu respondi: “Ok, talvez Frampton Comes Alive! seja mesmo um pouco cansativo”. E então, meu irmão, muito satisfeito consigo mesmo, começou a me ligar em outras coisas, como a trilha de O Último Tango em Paris [1972].

Entrevistado pela Revista Rolling Stone (2007)

Keith Richards e Johnny Depp: irmãos de sangue
David Wild


Keith e Johnny interpretam pai e filho em Piratas do Caribe: No Fim do Mundo. Em um intervalo das filmagens na Califórnia, a dupla falou sobre a estranha relação que une os rock stars e os piratas na vida real e na ficção

“Entra, aí fora está um inferno.” Com essas palavras, o ator Johnny Depp abre a porta de seu trailer com ar-condicionado e oferece um alívio abençoado para a onda de calor brutal da Califórnia. Aqui, nos estúdios da Disney, em Burbank, onde está sendo produzido Piratas do Caribe: No Fim do Mundo, o trailer de Depp – onde reggae e música africana estão constantemente nos alto-falantes – é seu oásis no meio da inclemência da terceira tentativa a indicação para o Oscar como o pirata Jack Sparrow – agora, através do suposto capítulo final deste tesouro de bilheteria (US$ 1,6 bilhão até agora).
Nos últimos dias, Depp vem gentilmente compartilhando seu moquifo com o guitarrista Keith Richards, que está em um hiato da turnê Bigger Bang, dos Rolling Stones, e veio aos Estados Unidos para filmar o pequeno, porém fundamental, papel do Capitão Teague, pai de Jack Sparrow. E ele está muito próximo do próprio estereótipo, uma vez que Depp admitiu ter usado Richards como modelo para criar o seu pirata dos olhos pintados e dreadlocks. Como escreveu (o crítico de cinema) Roger Ebert: “Depp parece estar dando vida a uma drag queen bêbada com aquele lápis no olho e com seu jeito despreocupado de engolir as palavras”.
Deixemos de lado aquelas histórias que circularam através do colega pirata, o ator Bill Nighy, de que Richards estava tão embriagado no set que o diretor Gore Verbinski teve que segurar firme suas canelas enquanto ele filmava suas cenas. No momento, tanto Depp quanto Richards estão prontos para entrar em ação, vestidos com o traje de gala completo dos piratas para as cenas do dia. Richards, que trabalhou a manhã toda, aparece fantasticamente rasgado e maltrapilho, de bandana e tranças, cicatrizes e remendos, barba por fazer e uma camisa bufante. A piada é que ele não fica muito diferente de quando está no palco com os Rolling Stones.
O trailer de Depp é espaçoso como o de um grande astro e muito bem arrumado – com sofás e tapeçarias nas paredes – apesar de o local estar com o jeitão assustador de uma sala de vodu. Afinal, Richards – uma figura com certificado de indomesticabilidade – disse recentemente que era tão próximo de seu falecido pai, Bert, que cheirou suas cinzas com um pouco de cocaína. Ele falou que estava brincando, é claro, mas com Keith Richards nunca se sabe. Dias antes, outro repórter foi vítima da ira de Keith por confundir seu famoso anel de caveira com uma cópia de uma jóia parecida usada por Iggy Pop. A asneira levou o ícone do rock a ameaçar o jornalista de sodomia com uma banana. Richards, 63, e Depp, 43, são amigos há dez anos. Depp é totalmente solícito com seu pai na grande tela e se oferece até para ir buscar cigarros, transformando-se no office boy mais bem pago de Hollywood. “Até que eu gostaria, sim”, diz Richards, “valeu, meu velho.” Fica claro que Depp, músico há muito tempo e fissurado em guitarra, está curtindo muito este tempo com Keith Richards nos estúdios da Disney. Por conta de toda a aura roqueira que Richards leva consigo aonde quer que vá, sua afeição por Depp fica clara quando ele o chama de “cuzão”.

A primeira pergunta é para você, Keith. Sua carreira como astro do rock foi, na verdade, uma espécie de laboratório para o papel de um pirata?
Keith Richards: Acho que dá para ver por esse lado, sim. São dois jeitos diferentes de levar uma vida desonesta. E os piratas são muito democráticos. Tudo está à venda: perna esquerda por tanto, testículos por tanto... Quero dizer, eles tinham negócios rolando naqueles barcos que estavam muito além da Constituição.

Você também tem experiência com bandas, Johnny, na sua adolescência, com a The Kids. Já descobriu se existe alguma diferença entre piratas e roqueiros?
Johnny Depp: Sempre achei que os piratas eram os roqueiros do século 18. Em ambos os casos [dos piratas e dos roqueiros], o mito chega antes deles. Eles estão em todas as bocas meses antes de aportar.

Lembra quando soube pela primeira vez do mito de Keith?
Depp: Isso aconteceu muito cedo. Simplesmente descobri sua música e ele sempre foi meu primeiro amor, desde criança. Lembro de quando comecei a fuçar em uma guitarra pela primeira vez. E Keith está muito na vanguarda.

Já tiveram a oportunidade de tocar juntos?
Richards: Ainda não.

Johnny, e como você se compara, como guitarrista, com esse deus da guitarra aqui?
Depp: Não gostaria nem de começar.
Richards: O Johnny deve ser melhor do que acha que é e eu provavelmente não sou tão bom quanto ele imagina.
Depp: Eu quase tive medo de encontrar Keith por um bom tempo. Sempre existe o temor de que seus heróis vão ser uns imbecis.
Richards: Quando o conheci, no começo pensava: “Ah, outro porra de amigo do meu filho”. O Johnny começou nesse status, depois foi ganhando espaço.

Quanto tempo faz isso?
Richards: Acho que foi em 1995, em Nova York. Ou será que foi na Disneylândia? Meu filho Marlon me falava: “Você tem que conhecê-lo, ele é seu fã de verdade”. Então, acabei encontrando o Johnny. Não sabia direito o que ele já tinha feito, achei que era um guitarrista, então pensei: “Ah, ele fez uns filmes também. Mais um daqueles caras”. Mas depois, ao longo dos anos, a gente se conheceu melhor, tanto que estou aqui vestindo isto [ri de si mesmo ao se ver caracterizado de pirata].

:O

Entrevistado pela Revista Época (2007)

Johnny Depp e suas máscaras
O ator conta como se baseou no roqueiro Keith Richards (que agora participa do filme) para compor o pirata Jack Sparrow de Piratas do Caribe


Por Paoula Abou-Jaoude, de Los Angeles


Sem a prótese de dentes de ouro com a qual acostumou a conviver nos últimos dois anos, usando chapéu e óculos de grau e sempre muito cool, Johnny Depp falou com a imprensa internacional, via satélite de Londres, onde ele está terminando de rodar seu próximo filme, o musical Sweeney Todd, no qual interpreta um barbeiro serial killer.

ÉPOCA - Cinco anos depois e um faturamento mundial de US$ 1.7 milhão somente com os dois primeiros filmes, a trilogia Piratas do Caribe chega ao fim. Como avalia essa jornada?
Depp - Filmar Piratas para mim entra naquela categoria de um estranho trabalho a cair nas mãos de um homem maduro (risos). Em suma foi um deleite fazer um filme dessa escala e com resultado tão inovador, principalmente para alguém que sistematicamente sempre fez filmes mais difíceis de atrair grande público como eu (risos). Bato três vezes na madeira também pelo fato de não ter ficado mareado ao filmar cenas em alto-mar. Nos últimos anos de minha vida, o que mais vi pela frente foi gente ficando verde (risos).

ÉPOCA - Neste filme você contracena com um dos ícones do rock mundial: Keith Richards. Como foi o encontro?
Depp - Foi lindo. A melhor analogia que posso fazer dele é a de um atirador do velho oeste chegando e conquistando uma cidade inteira. Toda nossa equipe ficou encantada. Um dos técnicos chegou a encomendar um violão especialmente para Keith na Danny Ferrington, um dos maiores especialistas em violões e guitarras costumizadas, somente na eventualidade de ele querer dedilhar um pouco de música em cena, o que acabou acontecendo.

ÉPOCA - Keith Richards foi uma de suas inspirações Jack Sparrow, correto?
Depp - O personagem nasceu da idéia, mas não de uma imitação, dessa figura mítica que Keith representa ao rock’n’roll. Mas Jack Sparrow também toma emprestado dos desenhos que assisti com meus pimpolhos. Meus personagens costumam brotar assim, de coisas pelas quais sou apegado. Edward Mãos de Tesoura nasceu das memórias de um cachorro que tive quando adolescente.

ÉPOCA - Muita gente tem uma opinião diferente a respeito de seu método de atuar. E você, como o descreveria?
Depp - Talvez a melhor maneira que eu tenha para descrever meu trabalho é compará-lo com um grande ensopado feito com as sobras de comida do dia anterior (risos).

ÉPOCA- No próximo mês completam-se três anos da morte de Marlon Brando, um ator de quem você foi muito amigo. O que Brando representou para sua geração?
Depp - Muito. Mesmo ao balançar uma colher de café em cena, Brando era capaz de criar momentos de profunda grandeza. Nesse aspecto, nunca houve um ator como ele.

ÉPOCA - Sweeney Todd, seu próximo filme, será bem diferente de Piratas: um musical sobre um barbeiro/seria killer inglês que costumava cortar a garganta de suas vítimas. Por que escolheu esse projeto?
Depp - Essencialmente faço qualquer coisa que meu amigo Tim Burton me peça (risos). Em segundo lugar, trata-se de um brilhante trabalho do compositor Stephen Sondheim. Por fim, é um enorme desafio, pois cantar num musical é uma arena pela qual nunca transitei antes. Um homem de 43 anos entrando em estúdio para gravar pela primeira vez é muito estranho e não recomendo. (risos). O mais importante é que ainda não fui demitido (risos).

ÉPOCA - O que achou da eleição de Nicolas Sarkozy para a presidência da França?
Depp - De minha perspectiva de estrangeiro, acredito de que se trata de um período muito excitante para a França. Mudanças, o desconhecido, costumam sempre gerar uma certa excitação. Sarkozy parece ter feito grandes promessas para a França, então esperemos pela direção que ele irá tomar.

ÉPOCA - Pensa em possuir cidadania francesa algum dia?
Depp - Esse é um vespeiro que eu definitivamente não quero mais cutucar (em 2003, Depp foi bastante atacado ao criticar o governo Bush e dizer que os EUA são como um “cãozinho estúpido e agressivo”) Sou muito feliz como cidadão americano. Com meus filhos tendo dupla cidadania, o que me faz ser um convidado oficial na França, isso já é suficiente para mim

Entrevistado pela Revista Elle (2006)

Encontro com o pirata, por Elaine Guerini, de Los Angeles

Três dias depois da première mundial de Piratas do Caribe - O Baú da Morte, na Disneylândia, Johnny Depp falou com exclusividade à ELLE brasileira em Los Angeles, nos EUA.


Charmoso (como sempre), o ator vestia jeans e camiseta preta e cobria os cabelos desgrenhados com um chapéu marrom, do qual não desgruda mais. Com fala macia e jeito sossegado, mostrou mais uma vez porque é um dos astros mais queridos de Hollywood.
"Sou um cara esquisito, como qualquer outro", brincou Depp, escalado para reprisar o papel do insolente e irresistível Jack Sparrow na aventura que estréia nas telas brasileiras no próximo dia 21.

Até o pirata Jack Sparrow surgir na tela ninguém podia imaginar você numa produção da Disney. Como foi revisitar o personagem?
 Jack é o meu passaporte para a diversão. Assim que visto aquele figurino de pirata, minha única preocupação é ser livre e irreverente. E o melhor da história é que não serei punido por isso (risos).

Sente-se grato ao personagem que lhe trouxe sua primeira indicação ao Oscar, em 2004? (A segunda veio com Em Busca da Terra do Nunca, em 2005.)
 Sim, mas confesso que até hoje essa indicação não faz sentido para mim. Talvez eles tenham se enganado e ninguém percebeu ainda. Fiquei em choque quando soube. Estava em casa e tinha acabado de acordar. Liguei a TV enquanto preparava a mamadeira do Jack (seu filho com a cantora Vanessa Paradis, com quem também tem uma menina, Lily-Rose). Mas antes que eu pudesse colocar num canal de desenhos, ouvi o meu nome no anúncio dos indicados da Academia. Tomei um susto e mudei imediatamente de canal. Fiquei em estado de absoluta negação até que o telefone tocou.

Como encara o sucesso profissional? Mudou algo pelo fato de você ser a atração principal de uma franquia milionária? (Piratas do Caribe – A Maldição da Pérola Negra, lançado em 2003, arrecadou mais de US$ 600 milhões no mundo todo.)
 A minha perspectiva do sucesso ainda é a mesma. Sempre me senti muito mais próximo dos filmes que, para o padrão de Hollywood, nunca foram bem-sucedidos. Mas, para mim, todos os filmes que fiz foram sucessos. Só a sensação de ter cumprido o dever já me traz satisfação. O fato de um público muito maior ter visto Piratas não altera nada

Mas não se sente orgulhoso por ter Hollywood a seus pés sem ter vendido a alma e aceitado os papéis mais pasteurizados da indústria?
 Não sei como explicar. Talvez isso tenha acontecido porque nunca aceitei a idéia de viver uma mentira. Não deve ser nada agradável quando alguém chega ao fim da vida e se dá conta de que foi uma fraude. Até hoje só fiz os filmes que queria. Só trabalhei com os diretores que me interessavam e fiz os papéis que me instigavam. É curioso, mas sempre achei que filmes como Dead Man (1995) e Medo e Delírio (1998) tivessem potencial comercial. Pelo menos eu pagaria para vê-los.

Nunca pensou em encarnar, só para variar, um sujeito mais convencional num set de filmagem?
 Já flertei com essa idéia. Mas talvez o que me afaste mesmo dos papéis convencionais é o fato de tantos atores já fazerem esse trabalho tão bem. Para que precisariam de mais um? Então prefiro proporcionar algo diferente. Algo que talvez faça a platéia se sentir mais à vontade com as próprias esquisitices. De certa forma, acho que o personagem-título de Donnie Brasco (1997) foi o mais normal que já fiz. O mais normal que um agente do FBI infiltrado na máfia poderia ser.

Você é considerado um cara excêntrico, tanto pela trajetória pessoal quanto profissional. Como convive com o rótulo?
 O mundo é repleto de gente esquisita. Todos nós temos as nossas idiossincrasias, manias, obsessões e outras reações de uma desordem mental qualquer. Não acredito ser o mais peculiar de todos. Talvez apenas use o meu crachá de esquisito com mais freqüência que o resto do mundo (risos).

O personagem Jack Sparrow é doido por uma garrafa de rum. Qual a sua relação hoje com a bebida?
 Rum é muito bom, mas há tempos desisti dos destilados porque eles sempre me metiam em encrencas no final da noite. Então o jeito foi me tornar um apreciador de vinho, principalmente de um Bordeaux intenso. Tive de abandonar as loucuras porque não podia mais abusar da sorte. Afinal o cara lá de cima deve gostar muito de mim pelo fato de ter me dado uma mulher e dois filhos incríveis.

E onde foi parar toda aquela rebeldia da juventude?
 Tudo isso ainda está comigo, mas não é mais tão proeminente quanto era há oito, dez, doze anos. Isso tudo foi antes de eu me tornar a pessoa que sou hoje. Mas não nego. Ainda está aqui, principalmente porque acredito ser uma herança genética. Talvez interpretar personagens tão malucos quanto Jack me ajude a extravasar um pouco.

O público esperava mais cenas com Jack nessa continuação, mas sua participação não cresceu em comparação ao primeiro filme. Você e o diretor Gore Verbinski não se sentiram tentados a explorar melhor o personagem?
 Quando começamos a discutir a trilogia (Piratas do Caribe 3 estréia em 2007), disse a Gore que achava importante não fazer das seqüências apenas um show de Jack Sparrow. Precisávamos encontrar um equilíbrio entre todos os personagens da história e não cansar a platéia com as gags dele.

O Tesouro de Johnny Depp *o*

Ele admira a geração beat e adora Marlon Brando, mas o rebelde de Hollywood ganha US$ 20 milhões por filme, como o último "Piratas do Caribe"

Ele costuma brincar com bonecas Barbie com sua filha Lily-Rose(brinca com a sucs também? kkk). Johnny Depp (nascido em Owensboro, Kentucky, em 1963) às vezes finge sotaques estranhos e comprova a reação da menina. Se seu rosto se iluminar como se perguntasse de onde vem essa voz, a coisa funciona.

"Não há público mais sincero que as crianças", afirma o ator, que ensaiou assim duas de suas melhores interpretações no cinema: a voz de Willy Wonka para "A Fantástica Fábrica de Chocolate" e a do capitão pirata Jack Sparrow, protagonista dos dois episódios de "Piratas do Caribe". O último, "O Baú da Morte", já teve um notável sucesso de bilheteria, arrecadando até agora cerca de US$ 800 milhões.

Aos 43 anos, Depp transformou-se em um dos atores mais comerciais do momento. Em "Johnny Depp, um Rebelde Moderno (Ma non troppo)", sua biografia escrita pelo jornalista Brian J. Robb, o ator revela como surgiu em sua cabeça o personagem do capitão Jack, baseado em uma atração de um parque temático da Disney.

No mundo de hoje quem seriam os piratas do século 18? A resposta do protagonista de "Em Busca da Terra do Nunca" não poderia ser outra senão "as estrelas do rock", e seguindo esse discurso quem é a maior estrela do rock?... "Keith Richards, dos Rolling Stones. De modo que decidi modelar meu personagem à imagem e semelhança de Richards." A admiração pelo guitarrista o levou ao extremo de sugerir que o músico se transforme em seu pai no terceiro episódio de "Piratas do Caribe", que estreará no ano que vem.

E não é por acaso, já que Depp começou no mundo do cinema por casualidade.

Do que ele realmente gostava e continua a atraí-lo é a música. De seu avô materno, um indígena cherokee puro, herdou as maçãs salientes do rosto que há anos ilustra as revistas. Como muitos jovens de sua geração, seus anos de adolescência foram marcados pelo sexo, as drogas e o rock and roll.

"Comecei a fumar aos 12, perdi a virgindade aos 13 e aos 14 já tinha provado todo tipo de droga", afirma na biografia de Robb, para depois acrescentar: "Certamente tive minhas experiências com as drogas. Mas afinal você sabe para onde elas levam, e então as abandona". Seu interesse pela música também deve ser buscado em suas origens. Depp tinha um tio pregador que contava com seu próprio conjunto de gospel. "Ele se levantava e marcava o ritmo do púlpito, com as mãos levantadas e gritando: 'Vamos, elevem-se e encontrarão a salvação', e as pessoas se prostravam aos pés dele, adorando-o como se fosse um ídolo."

Assim, com a idéia de seguir seus passos e se transformar em guitarrista, deixou os estúdios e mergulhou na carreira musical com a banda de rock The Kids, uma mistura de U2 e Sex Pistols com a qual chegou a atuar na abertura de shows dos B52s e Talking Heads. Mas a música não dava para viver: vendia canetas por telefone até que o ator Nicolas Cage sugeriu que tentasse a sorte no mundo da interpretação e o pôs em contato com seu agente.

Em conseqüência dessa pequena ajuda, Depp conseguiu seu primeiro papel em "A Hora do Pesadelo", dirigido por Wes Craven. "Tinha um carisma tranqüilo", confirmou o diretor. "Em certo sentido exercia uma atração parecida com a de James Dean. Sua personalidade era muito poderosa e ao mesmo tempo sutil. Minha filha adolescente e suas amigas assistiram aos testes e todas apostaram em Depp sem duvidar. Seu atrativo sexual entre as mulheres é inegável."

E foi assim ao longo de sua extensa carreira. Em 1988, os leitores da "Rolling Stone" o elegeram um dos rostos mais desejados do ano e um dos solteiros mais sexies dos EUA. Em 2005 seu nome brilhou entre os dez primeiros da lista de celebridades publicada pela revista "Forbes", entre o diretor Steven Spielberg e a cantora Madonna.

Mas chegar a se transformar em um dos atores mais importantes de sua geração não foi fácil, especialmente quando, como no caso dele, se decide seguir um caminho alternativo para fazer carreira em Hollywood. Foi contratado para "Platoon", o filme de Oliver Stone, e sua interpretação o obrigou a passar dez semanas na selva, mas seu trabalho ficou praticamente fora do filme.

Seu primeiro contato com a fama veio depois, com "Novos Policiais", uma série para a TV que o projetou como ídolo juvenil e da qual acabou mais que cansado. Na verdade, o ator sonhava e continua sonhando em estrelar uma versão cinematográfica do livro "On the Road", de Jack Kerouac, mas a realidade frustrou constantemente esse projeto. Do mundo das produções de massa foi resgatado por Tim Burton e seu "Edward Mãos de Tesoura".

"Ele me obrigou a experimentar, aprender e exorcizar algo dentro de mim", acrescentou, referindo-se a seu personagem. Esse não foi o único papel atormentado que cruzou sua carreira. "Benny e Joon: Corações em Conflito" e "Gilbert Grape, Aprendiz de Sonhador", com Leonardo DiCaprio e Juliette Lewis, acabaram por colocá-lo em outro estereótipo. Seu comportamento na tela era impecável, mas a crítica o acusava de repetir uma interpretação que conhecia de sobra.

"Esse ator poderia se transformar no novo Tom Cruise, não fosse por sua insistência em escolher personagens não-comerciais", escreveu um crítico do jornal "The Sunday Telegraph". A verdade é que o ator parecia se sentir muito à vontade nesses papéis. "Detesto os personagens óbvios, sinceramente não me interessam", acrescenta no livro de Robb. Alheio às críticas, prosseguiu sua carreira movido por seu instinto. Realizou "Arizona Dream - Um Sonho Americano" com Emir Kusturica, um diretor nascido em Sarajevo com o qual teve total empatia.

"Emir e Johnny se vestiam de preto e os dois passeavam com livros de Dostoievski e de Kerouac embaixo do braço. Além disso, impediam que o resto da equipe dormisse à noite porque passavam o tempo todo bebendo e escutando música em um volume ensurdecedor", contou na época o amigo do ator Vincent Gallo.

Sua estrela se viu sombreada em uma sociedade tão conservadora quanto a americana, no final de 1993, quando River Phoenix, um ator que estava prestes a se transformar no ícone de uma geração, perdeu a vida na porta do Viper Room, um clube situado na famosa Sunset Strip de Los Angeles, propriedade de Depp e do astro do rock Chuck E. Weiss. Alguns veículos da mídia o acusaram de ter contribuído para a desgraça de Phoenix, por administrar um lugar onde se permitia o consumo de drogas, mas Depp não quis entrar em polêmicas, embora seus confrontos com a imprensa sensacionalista sejam bem conhecidos.

Ele estava ali naquela noite: "Diante de tamanha barbaridade, reagi abruptamente. Me nego a fazer parte desse circo mórbido protagonizado por perseguidores de ambulâncias. Que se f...!" Meses depois soube-se que ele saía com a modelo londrina Kate Moss, com a qual manteve um longo romance, interrompido pela negativa da modelo de interromper sua carreira para ter filhos.

"É um homem selvagem", admitiu Moss. "Mas selvagem no melhor sentido da palavra, e não pretendo domesticá-lo. Johnny é um romântico empedernido. Uma vez me disse que tinha algo na b..., mas não sabia o que era. Enfiei a mão em suas calças e tirei um colar (de diamantes avaliado em 10 mil libras)."

A dupla, que protagonizou em Nova York uma aventura num hotel que acabou com o ator algemado e um quarto destruído, acabou rompendo diante da negativa da modelo a se comprometer. Não foi a única. Entre suas namoradas conhecidas também está Winona Rider, embora desde que conheceu em Paris a cantora Vanessa Paradis, durante a filmagem de "O Último Portal", de Polanski, sua vida mudou radicalmente. Tem dois filhos - Lily-Rose e Jack - e vive entre Paris e Los Angeles, onde comprou a mansão de Bela Lugosi. E continua escolhendo os papéis guiado por seu instinto.

John Metamorfose

John Christopher Depp II nasceu em nove de junho de 1963, em Owensboro, uma pequena cidade dos Estados Unidos e decolou para o mundo. Desde cedo possuindo uma certa rejeição a trabalhar para a televisão, Johnny sempre demonstrou ter personalidade forte e ser um adolescente firme em suas decisões. Alternando a sua adolescência entre a atuação e a música, começou a trabalhar no cinema quando já tinha cerca de 20 anos e, desde então, jamais parou. Durante os períodos fracos da música, Depp vendia canetas por telefone. Ele foi apresentado à arte de representar depois de uma visita a Los Angeles com sua ex-mulher, que o apresentou ao ator Nicolas Cage, que encorajou Depp a tentar. Preparamos para o leitor do CCR uma seleção com 26 dos filmes da carreira de Johnny Depp, que, tudo indica, irá aumentar cada vez mais, já que o moço está com inúmeros projetos novos, o que faz a alegria de seus fãs.

Johnny estreou no cinema em 1984, no primeiro filme da série “A Hora do Pesadelo”, de Wes Craven. Um homem foi queimado por sua própria vizinhança, o que o deixou com sede de vingança durante sete longas e o tornou um ícone do terror no cinema, mais conhecido por Freddy Krueger. Johnny faz uma segunda aparição, em 1991, no sexto filme da série. Mas bem antes de reaparecer ao lado do vilão de camisa listrada, ele atuou em uma comédia e até em um programa televisivo. Em 1986, Johnny ganha um papel em “Platoon”, de Oliver Stone. O filme possui muita sensibilidade ao tratar da estória de um recruta idealista que vai à guerra do Vietnã decidido a seguir o destino de seu pai e avô, porém, ao passar da guerra, só se decepciona com o que encontra.



“Cry-Baby”, uma comédia no maior estilo Pedro Almodóvar, reúne os tipos mais esquisitos em uma estória romântica. A personagem de Johnny dá nome ao filme. Ele é um moço rebelde, mas que carrega no rosto a marca de uma lágrima provocada pela lembrança de um amor perdido. Em meio a essa dor, Cry-Baby acaba envolvendo-se com uma moça e acarretando diversos problemas com seu ex-namorado. No encantador “Edward – Mãos de Tesoura”, Johnny trabalha pela primeira vez com o cineasta Tim Burton. Não fosse pelas tesouras que foram deixadas em seus braços, ao invés de mãos, Edward seria um ser humano comum. Ele é encontrado por uma senhora, que tenta ajudá-lo, mas que acaba trazendo desespero e indiferença à sua vida, já que os vizinhos não aceitam a sua presença. A parceria entre o ator e o cineasta se fortalece nos anos seguintes.



Filmada em 1993, a co-produção francesa “Arizona Dream – Um sonho Americano” é característica pelo seu surrealismo e suas peculiaridades. Johnny interpreta Axel, que viaja ao Arizona a pedido do tio, para fazer negócios. Ele vai contra a sua própria vontade, mas acaba se relacionando com Elaine, uma mulher mais velha, o que incomoda bastante a já perturbada Grace, filha desta senhora. Em “Benny e Joon – Corações em Conflito”, Sam, a personagem de Johnny, traz dores-de-cabeça a Benny, interpretado pelo também galã Aidan Quinn. Benny cuida de sua irmã, Joon, que sofre de problemas mentais. O irmão mais velho começa a preocupar-se quando Joon se apaixona por Sam, colega da menina, que sofre do seu mesmo problema.